quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Rio meu, Rio Minho

A chegada da Família Real no Rio de Janeiro, em 1808, mudou a cara da cidade. Em ruas do centro do Rio que tinham menor importância começaram a ser abertos comércios de todos os tipos, transformando-as em um pequeno centro mercantil e cultural do bairro.

Uma dessas ruas foi a Rua do Ouvidor. Hoje considerada uma das principais artérias no centro da cidade, no passado ela apenas era um ponto de ligação com o porto, porém com a chegada de Dom João VI ao Rio, tudo mudou.

Estrangeiros começaram a abrir lojas ali, vendendo artigos de luxo como livros, perfumes e tecidos. Cafés, casas de chás e restaurantes atraiam escritores e políticos para essa rua, que acabou virando símbolo da intelectualidade carioca no séc XIX.

O restaurante “Rio Minho”, considerado um dos mais antigos no Estado, mantém essa memória viva. No número 10 da Rua do Ouvidor, esse patrimônio histórico e gastronômico do Centro do Rio existe lá desde 1884, sendo fundado por dois portugueses.

Além disso ele foi palco da criação de um dos mais conhecidos pratos na culinária carioca, a sopa Leão Veloso. Criada pelo embaixador de mesmo nome, essa sopa até hoje mantém sua receita original, que foi inspirada na bouillabaisse francesa.

Especializado em frutos do mar, o Rio Minho teve personagens ilustres que freqüentavam assiduamente o restaurante, como por exemplo o Barão do Rio Branco, que hoje recebe a homenagem e tem seu busto em cima de um armário no restaurante.

Esse pedaço de história no meio do Centro do Rio prova que as mudanças provocadas pela Família Real ainda resistem, após décadas de tantas outras mudanças.

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