quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Como tudo começou...

No dia 07 de março de 1808 a Corte Real portuguesa aportou na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro. Fugindo da invasão Napoleônica a Portugal, D.João VI trouxe uma esquadra, composta de oito naus, três fragatas, uma escuna, mantimentos, 21 navios comerciais, além de ministros, auxiliares e uma corte com mais de 1.000 pessoas. A chegada da família Real transformou a cidade que, naquela época, tinha um pouco mais de 50 milhabitantes. Com a transferência da capital, o Rio recebeu dezenas de diplomatas e estrangeiros que se estabeleceram na cidade.

“A vinda da família real para o Brasil mudou, também, a fisionomia do Rio de Janeiro. A cidade que os estrangeiros acharam suja, feia e malcheirosa começou a se expandir e cuidar de sua aparência, abrindo-se às modas européias. Para zelar pela segurança e policiamento da cidade, foi criada, ainda em 1808, a Intendência de Polícia, encarregada de todos os serviços de melhoria e embelezamento da cidade. Nessa época foram construídos chafarizes para o abastecimento de água, pontes e calçadas; abriram-se ruas e estradas; foi instalada a iluminação pública; passaram a ser fiscalizados os mercados e matadouros; organizadas as festas públicas, etc. Essas melhorias eram realizadas, muitas das vezes, com a contribuição dos ricos moradores, que recebiam em troca benefícios materiais e títulos de nobreza do príncipe regente.”

A informação, no site da Multirio, mostra como a chegada de D. João VI mudou a cara da cidade. (http://www.multirio.rj.gov.br/)

Rico em prédios históricos, o Centro foi a primeira região da cidade a ser impactada. D. João fundou escolas, bibliotecas, hospitais e bancos. O bairro não é geograficamente central, porém recebeu esse nome por ter sido a primeira região da cidade a ser povoada. Em 1813, D. João cria o Real Teatro de São João, atual teatro João Caetano, na Praça Tiradentes. Desde a sua fundação, o Centro passou por inúmeras mudanças, mas nunca deixou de ser o coração financeiro da cidade, concentrando a maioria das atividades econômicas.

Conhecido por ser habitado por prostitutas e mendigos, o bairro passou por uma grande reforma com Pereira Passos em 1904. O então prefeito da cidade, derrubou cortiços e na tentativa de “fazer uma limpeza urbana”. A população que morava no local foi deslocada para os subúrbios. A justificativa era deixar o Rio com aspecto de cidade européia, com avenidas largas e grandes jardins. Nessa época foram construídas as avenidas Central (atual Rio Branco), Beira-Mar, e os primeiros aterros. O Theatro Municipal, um dos principais símbolos do centro e do desejo do prefeito de imitar Paris, começou a ser construído em 1903.

Esse blog pretende apresentar personagens, histórias e curiosidades desses 200 anos de transformações sucessivas do Centro. Da chegada da família real aos dias de hoje, passando por diversos acontecimentos que marcaram a história do país, o centro da cidade é o coração cultural, financeiro e histórico do Rio de Janeiro.